Paulo Gala, escrito com
Tarcisio Romero de Oliveira
A Companhia de Petróleo da Arábia Saudita (Aramco) anunciou a reorganização de seus negócios de Downstream para aprimorar a integração na cadeia de valor de hidrocarbonetos e posicionar melhor a Companhia para impulsionar o desempenho financeiro, a criação de valor e crescimento. O novo modelo operacional Downstream incluirá quatro unidades de negócios comerciais: Combustíveis (inclui refino, trading, varejo e lubrificantes); Produtos químicos; Geração de Energia; e Dutos, Distribuição e Terminais. Essas unidades serão apoiadas por três funções corporativas: Manufatura, Estratégia e Marketing e Assuntos Afiliados. Essa reorganização é mais um passo na estratégia da Aramco de desenvolver um negócio global integrado de Downstream que aprimora a captura de valor em toda a cadeia de hidrocarbonetos. Enquanto isso, no Brasil, desmanchamos essa cadeia na Petrobrás focando somente em Exploração e Produção, vendendo operações de midstream (como gasodutos e BR Distribuidora), biocombustíveis, fertilizantes (Pasmem! Em um país onde mais de 20% de seu PIB vem do agronegócio) e agora refinarias. Ter o domínio de todo esse ciclo possibilita importante incrementos de receita, especialmente quando da baixa do valor do barril do óleo cru, e serve de alavanca para a indústria petroquímica – uma área de ponta que demanda serviços e tecnologia especialmente em pesquisa de novos materiais e automação industrial. É o Brasil na contramão do mundo de O&G. A Aramco possui um grande negócio global de Downstream estrategicamente integrado que alavanca a posição competitiva de Upstream (Exploração e Produção) da empresa. A estratégia de downstream da empresa se concentra na criação de oportunidades de crescimento em toda a cadeia de hidrocarbonetos, a fim de expandir as fontes de lucro da companhia, proporcionando resiliência à volatilidade do preço do petróleo e capitalizando a crescente demanda por produtos petroquímicos.